Os regimes que defendem o corte de carboidrato e o aumento do consumo de proteína estão em alta, mas podem prejudicar a saúde.
1. O
corpo fica sem a principal fonte de energia
O organismo precisa de energia para realizar as tarefas
básicas, como sintetizar hormônios e manter o cérebro ativo - e essa energia
provém do carboidrato. Por isso, quando o afastamos do prato, os primeiros
sintomas que aparecem são falta de ânimo, dor de cabeça e tontura. De acordo
com Fernanda Pisciolaro, membro do departamento de nutrição da Associação
Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso), o corpo
gasta até 600 calorias diariamente apenas para sustentar o cérebro funcionando.
Órgão, aliás, que se "alimenta" basicamente de glicose, presente nos
carboidratos - daí ele ser um dos que mais sofrem com essa privação. Mais: se
há restrição de energia, o organismo entra em uma espécie de modo econômico,
desacelerando o metabolismo para economizar calorias.
2. Os músculos vão e a
gordura fica
"Sem a energia vinda da alimentação, o corpo precisa
encontrar outro combustível. É aí que ele vai atrás do glicogênio, presente nos
músculos", diz Fernanda. Resultado: com a massa magra sendo consumida,
você fica mais fraca e seu metabolismo desacelera, o que inclusive dificulta a
perda de peso. Outro ponto: nosso corpo é composto basicamente de água,
músculos e gordura. Ao reduzir os dois primeiros, por causa do corte de
carboidrato, o organismo fica com maior quantidade de gordura. "Isso quer
dizer que, proporcionalmente, mesmo que você esteja mais magra na balança, a
composição corporal será principalmente de gordura, o que não é nada
saudável", afirma Fernanda.
3. O coração é ameaçado
As principais fontes de proteína (carnes e laticínios)
são também carregadas de gordura, o que significa que é quase impossível
aumentar a ingestão de um sem, necessariamente, subir o consumo do outro.
"O problema é que essa dose extra de gordura aumenta o colesterol e,
assim, eleva o risco de desenvolver doenças cardiovasculares", explica o
médico nutrólogo Guilherme Giorelli, diretor da Associação Brasileira de
Nutrologia (Abran). Sem contar que a gordura tem mais calorias que a proteína e
o carboidrato (ambos têm 4 calorias por grama ante 9 calorias da gordura), o
que, no fim das contas, aumenta o total energético que você consome em um dia.
4. Rins e fígado se
sobrecarregam
Com o consumo excessivo de proteína, os órgãos
responsáveis por metabolizá-la acabam prejudicados, pois trabalham mais do que
o normal. Para ter uma ideia, a quantidade recomendada de proteína que uma
pessoa deve ingerir por dia é de 0,8 grama por quilo de peso. Para quem pesa 70
quilos, isso significa 56 gramas de proteína, o que equivale a um filé de bife
e um de frango mais um copo de leite - algo fácil de extrapolar em uma dieta
hiperproteica. Essa hiperação dos órgãos pode desencadear problemas como
cálculo renal e também está diretamente ligada à maior liberação, na corrente
sanguínea, de corpos cetônicos, ureia e nitrogênio, espécies de
"lixo" derivados dessa metabolização, que deveriam ser excretados. Ao
circular excessivamente pelo corpo, provocam uma mudança de pH, deixando o
sangue mais ácido que o indicado. O contra-ataque do organismo, por sua vez, é
neutralizar essa acidez, resgatando cálcio dos ossos - o que aumenta o risco de osteoporose.
** Antes de retirar um
nutriente do cardápio, procure um especialista para saber se aquela dieta é
indicado para você.
(Fonte: Revista SAÚDE)
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