Estampado nos rótulos de
xampus, hidratantes e produtos alimentícios, o colágeno figura no imaginário popular como
sinônimo de uma pele firme e de cabelos resistentes, devido às suas
propriedades de sustentação e elasticidade. Menos popular e mais vital, porém,
é a sua capacidade de fortalecer as cartilagens.
"Essas estruturas é que atenuam o atrito entre os ossos, evitando a
osteoartrite, ou seja, a inflamação das articulações, que ficam desgastadas
especialmente nos quadris, nas mãos, nos ombros e nos joelhos", esclarece
a nutricionista Nadia Brito, do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do
Hospital das Clínicas de São Paulo. "O quadro se acentua com o o
envelhecimento e com o sobrepeso", alerta.
A comida, diga-se, não entrega o colágeno de mão
beijada. Mas as refeições abrigam a matéria-prima para sua fabricação dentro
das células cartilaginosas. "Batizadas de condroblastos, essas unidades se
valem dos aminoácidos glicina, prolina e hidroxiprolina, partículas proteicas
provenientes dos alimentos de origem animal - como carnes vermelhas e ovos -,
prontas para formar moléculas maiores, os peptídeos", descreve, em
detalhes, a nutricionista Andrea Frias, coordenadora do Centro de Pesquisas
Sanavita, em São Paulo. "São esses peptídeos que dão origem às fibras
colágenas, capazes de amortecer o impacto articular com força comparável à de um
fio de aço."
Dose diária
Embora seja difícil mensurar
em cada proteína a quantidade exata da tríade de aminoácidos formadores de
colágeno, os especialistas garantem que incluir os alimentos certos nas
refeições garante o aporte dos 10 gramas diários de que o organismo necessita.
O pré-requisito inegociável você já conhece: a fonte proteica precisa ser de
origem animal. "Carnes vermelhas, frango, peito de peru, peixes, ovos,
queijo, leite e iogurte desnatado são as melhores apostas",
O destino do
nutriente
O colágeno também constitui o tendão de
aquiles, a ponta do nariz, os ossos e a conexão entre as costelas torácicas
anteriores. "Os discos intervertebrais e uma das camadas das artérias são,
ainda, formados por um tipo especial dessa proteína, chamado elastina",
explica o cientista de alimentos Jaime Farfan, da Universidade Estadual de
Campinas, no interior paulista. Por fim, o humor vítreo - substância ocular que
preenche a área entre o cristalino e a retina - e músculos que revestem órgãos
como o intestino também contam com o colágeno em sua composição.
Casais
perfeitos
Combinações à mesa que ajudam na produção
proteica:
1. Peixe e rúcula: o ferro dos vegetais
verde-escuros contribui com o processo de formação de colágeno. Aposte em
pescados com rúcula e agrião.
2. Bife e suco: a bebida feita com
laranja e acerola fornece vitamina C, que também dá uma força nesse processo.
Ele pode acompanhar o bife do almoço.
3. Frango e tomate: para
que o consumo do frango resulte em uma fabricação de colágeno eficiente,
consuma-o com tomate-cereja, que provê o auxílio das vitaminas A e C.
4. Gelatina e companhia: contrariando a crença
popular, a sobremesa está longe de ser a melhor coadjuvante na fabricação de
colágeno. "A maioria das gelatinas contém uma quantidade insignificante de
proteína", desmitifica Andrea Frias. "A exceção são os produtos com
colágeno hidrolisado", ressalta Jaime Farfan. O mesmo vale para geleias de
mocotó e balas de colágeno.
Os aliados
Veja as quantidades totais de proteínas em
100 gramas de alguns alimentos. Elas contêm aquele trio de aminoácidos
essencial para a formação de colágeno.
1. Carne vermelha: o contrafilé
grelhado, por exemplo, fornece 35,9 gramas.
2. Frango: grelhado, ele oferece 32 gramas.
3. Peixe: o atum é uma boa pedida e tem 26,2 gramas de
proteína.
4. Queijos: o minas conta com 17,4
gramas de proteína. Procure alterná-lo com o cottage
5. Ovo: quando cozido, seu valor
proteico é de 13,3 gramas.
(Fonte: Revista SAÚDE)
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