Ela promete limpar o corpo de toxinas e promover a perda de peso num passe de mágica. Mas será que cumpre mesmo essa função? Conheça os riscos e os cuidados necessários antes de aderir a esse regime.
1) O que é a dieta detox?
O termo detox vem de desintoxicar.
Isso porque o objetivo desse plano alimentar é ajudar o organismo a se livrar
de toxinas que seriam resultado do consumo excessivo de alimentos gordurosos,
cheios de açúcar ou até de bebida alcoólica.
A variedade de menus da dieta detox é grande: há cardápios à base de sucos, sopas, chás e
também alimentos sólidos. Todos eles têm em comum a ingestão de frutas e
verduras e a eliminação de itens considerados uma ameaça à saúde, a exemplo de
industrializados, frituras e conservantes.
2) Ela é eficaz?
Uma das
principais promessas da dieta detox é o emagrecimento rápido. O problema é que,
para muitos especialistas, essa não é a maneira mais correta e eficaz de
derrubar o ponteiro da balança. Além disso, por serem hipocalóricas - isto é,
com pouquíssimas calorias - as dietas detox propiciam o chamado efeito sanfona,
principalmente se feitas por muito tempo e sem orientação. "Com o baixo
fornecimento de calorias, o corpo mobiliza a gordura do tecido adiposo para as
células, a fim de transformá-la em energia", esclarece a nutricionista
Sandra Chemin, coordenadora do curso de nutrição da Universidade São Camilo, em
São Paulo. Isso pode até parecer bom, mas a história não acaba aí. É que, ao
voltar a comer como antes, a gordura retorna para as células onde estava
armazenada. Em outras palavras, a pessoa engorda de novo - e, muitas vezes,
isso acontece até com maior intensidade após um período de alta restrição calórica.
3) As dietas detox oferecem algum perigo para a saúde?
Quando feitas
sem o acompanhamento de um médico ou nutricionista, sim. O alerta vale
principalmente para os cardápios líquidos, que abrem portas para o
desequilíbrio de vitaminas e minerais. "Iniciar a dieta com uma
deficiência nutricional pode ser perigoso", alerta a nutricionista Márcia
Reis Fernandes, coordenadora do curso de nutrição da Universidade do Vale do
Itajaí, em Santa Catarina. Por isso, é uma boa checar com um médico se está tudo
em ordem com os seus exames.
Se você é
daquelas que levam uma vida ativa no trabalho ou praticam bastante atividade
física, passar alguns dias consumindo basicamente sucos e chás não é uma boa
ideia. É provável que o resultado seja episódios de tontura, fraqueza,
mal-estar ou até desmaios. Isso porque essas preparações são pobres em calorias
e, portanto, não garantem o aporte de energia necessário para aguentar o tranco
o dia a dia.
E tem mais:
diversos estudos demonstram que basear a dieta em sucos não é uma boa escolha
se o seu objetivo é afastar o diabetes. É que eles apresentam menos fibras
quando comparados à fruta inteira. Com isso, o índice glicêmico da bebida
aumenta - o que significa que, após seu consumo, o teor de glicose no sangue se
eleva rapidamente. Para controlar a situação, mais insulina é liberada.
Acontece que esses picos de glicose e insulina podem gerar uma resistência à
ação do hormônio, aumentando o risco de diabetes. Daí porque
pessoas portadoras desse distúrbio devem se manter longe de dietas como essa.
4) O corpo precisa mesmo de uma ação detox pela dieta?
"Por
meio de reações químicas, o fígado já exerce a função de se livrar das tais
toxinas", lembra David Heber, que também é professor da Universidade da
Califórnia em Los Angeles, nos Estados Unidos. Por outro lado, certos alimentos
podem, sim, dar uma força ao organismo nesse processo. "Brócolis, couve-flor
e raiz-forte, por exemplo, são ricos em antocianinas, que intensificam a
presença de enzimas responsáveis pela desintoxicação", informa o médico.
Outros itens cheios desses nutrientes são aqueles de casca vermelha ou roxa,
como berinjela, uva e cereja.
Mas que fique
claro: para tirar proveito de tudo isso, é preciso consumir esses alimentos com
frequência, e não só no período em que você estiver tentando compensar os
exageros do fim de semana.
5) Como saber se a dieta detox é a melhor para mim?
Consulte um
especialista para se certificar de que você realmente precisa adotar esse
regime. Além de identificar eventuais restrições - como diabetes ou déficits
nutricionais - só ele poderá orientar a melhor maneira de incluir os alimentos
propostos por esse modelo alimentar na sua rotina, sem prejudicar a sua saúde.
Mas vale frisar: consuma, pelo menos, cinco porções diárias de frutas, verduras
e legumes sempre. E não se esqueça de praticar atividade física regularmente.
(Fonte: Revista SAÚDE)
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