Quantas vezes você já saiu do supermercado levando
mais coisas do que planejava? Pois saiba que esse ambiente e os produtos à
mostra ali é planejado em detalhes para estimular esse tipo de comportamento.
Por exemplo: ao chegar
às compras, já reparou que os carrinhos estão mais visíveis do que as cestas?
"Como eles são maiores, a tendência é que a gente sinta a necessidade de
colocar mais produtos dentro", explica Eduardo Chaves de Souza, professor (PUCRS).
Apesar de não ser enganação - a cestinha está lá, basta procurar -, essas
estratégias podem representar um perigo não só para o orçamento como para a
alimentação. Então, para conseguir resistir, que tal conhecer as principais
delas? No final das contas, a decisão da compra é sempre do cliente.
1. Não se perca no labirinto das compras
Antigamente, os mercados tinham apenas corredores
paralelos e transversais. "Então, as pessoas memorizavam o trajeto e só
iam às partes que interessavam", conta Heloisa Omine, professora (ESPM).
Hoje, a história é outra. De acordo com a especialista, as lojas são planejadas
em formato de trilhas, com várias quebras. Por isso é tão comum dar de cara com
uma minifeira ao tentar atravessar um corredor. "Aí você esquece onde estava
antes", comenta Heloisa. Essa desbaratinada tem um objetivo: expor os
consumidores a produtos que ele nem estava cogitando comprar. E se a intenção é
só levar um pãozinho quente para casa? Parece mais fácil permanecer focado, mas
não é. Normalmente, a padaria fica no fundo da loja. É outra maneira de tentar
nos seduzir pelo meio do caminho.
2. Resista ao cheirinho bom das comidas
De longe dá pra sentir aquele aroma de casa de mãe que
a padaria tem. Quando menos esperamos, já fomos fisgados pelo pãozinho
recém-saído do forno e a manteiga, gordurosa que só, já começa a se desenhar na
nossa cabeça. Mas não é apenas o cheiro que influencia as compras: até a música
faz diferença. Lá no final do dia, quando os clientes estão cansados, o som
tende a ser tranquilo para amenizar o estresse. "Com isso, gasta-se tempo
extra no mercado", observa Heloisa. E, de novo, quanto mais você zanza por
lá, maior a chance de rechear o carrinho. Só que o cansaço é traiçoeiro, porque
induz a busca por comidas rápidas (e pouco saudáveis).
3. Olhe para as prateleiras de cima e de baixo
Nenhuma área é mais nobre do que o meio da prateleira
tanto é que há empresas que pagam para ter suas marcas expostas ali. O que fica
na direção dos olhos acaba sendo mais comprado. Normalmente, as marcas que têm
condições de bancar esse upgrade são justamente as líderes da categoria. Só que
seus produtos nem sempre se destacam do ponto de vista nutritivo. O ideal é que
as pessoas prestem atenção nas demais prateleiras em busca de outras opções. Aí
é comparar e escolher.
4. Fique atento à proximidade entre os produtos
Quando estiver atrás de uma cervejinha no corredor dedicado às bebidas afinal, não é
necessário se privar de nada, não se surpreenda caso encontre pacotes de
amendoins. Conhecida como cross merchandising, essa técnica de associar
produtos que de certa maneira combinam faz um sucesso tremendo nos
supermercados. E não dá pra negar que ela facilita bastante à vida (e a
memória) do consumidor. Mas, pelo bem do organismo, é importante fazer
ponderações. Ora, é ótimo achar a aveia perto da banana ou o molho ao lado do
macarrão. Agora, será que aquela cobertura de chocolate cheia de açúcar que
está próxima ao sorvete não é dispensável? Às vezes, ela só parece uma boa
pedida porque está ali, na sua cara.
5. Tamanho família
Bateu vontade de comer um salgadinho? Nada de se
martirizar. Consumidos com moderação e esporadicamente, esses alimentos não
atrapalham a saúde. Acontece que muitas dessas tentações estão em embalagens
enormes. Pelo preço, até parecem mesmo um bom negócio. Pelo bem da cintura,
porém, é melhor não cair nessa. Estudos constatam que ter acesso ao pacote
gigante faz a gente comer mais (e de forma automática). Para evitar isso, é
preferível comprar três saquinhos menores a um grande.
6. Leve três, pague dois
Promoções são ótimas, não nos entenda mal. Mas, assim
como os produtos gigantescos, devem ser vistas com cautela. Será que precisamos
mesmo de três unidades, ainda que se ganhe desconto em uma delas? Se não
resistir, é indicado checar o prazo de validade de todos os itens. Promoções na
ala infantil merecem ainda mais zelo, sobretudo se envolverem brindes. "A
criança não tem o mesmo discernimento do adulto".
7. Zero, light e afins
Não leva glúten ou lactose? Nem por isso é melhor. "Um leite pode
ser zero lactose e integral", aponta a nutricionista Renata Bressan, da
Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. Isso
significa que ele é rico em gordura saturada, um problema se for ingerido em
excesso. Cuidado também com certas alegações, como "menos gordura".
Isso porque o produto pode ser abastecido de outra coisa, tal qual sódio. Tem
que olhar o rótulo sempre.
8. Imagens sedutoras
E quando a embalagem do suco ostenta uma laranja linda e cheia de gominhos? Tão
gostoso. Mas... Será que é suco mesmo? Nunca deixe de conferir, já que a imagem
nem sempre reflete a realidade. Nesse caso, o risco é levar para casa o néctar,
o primo que esbanja açúcar e conservantes e pouca fruta. Para produtos que
gerem mais dúvidas (como o pão dito integral com fotos de plantações de grãos),
a dica é verificar a lista de ingredientes. O item integral deve aparecer primeiro.
9. Enfim, o caixa
Ufa, as compras acabaram! Agora é só ir para a fila do
caixa. A questão é que se você baixar a guarda pode acabar devorando chocolates
e balas que dão sopa ali. Ninguém gosta de esperar. Então, nessa hora, a gente se
permite certas indulgências, Não é que comer bombom seja um crime. Só que, na fila, ele provavelmente será
devorado sem atenção alguma.
Prepare-se
antes de ir ao supermercado
Dá para reduzir a probabilidade de comprar por impulso
Faça uma lista
Se há foco, sobra menos espaço para itens supérfluos encontrados pelo caminho.
Fora que cai o risco de esquecer o essencial.
Bata um papo
com o seu filho
A criança é mais seduzida pelo marketing. Mas é legal que vá ao mercado.
Conversem sobre alimentação e limites para não rolar estresse.
Não vá com fome
Quem passeia pelos corredores de barriga vazia tende a ir atrás de alimentos
mais calóricos, isto é, lotados de gordura e açúcar.
Programe-se
O cansaço nos faz optar por comida pronta (e, muitas vezes, desequilibrada). Então, vá ao
mercado bem disposto. Que tal no final de semana?
Olho na
despensa
Não foque só no que falta, mas também naquilo que já tem em casa. Caso
contrário, você pode acabar comprando (e comendo) muito mais.
(Fonte: Revista Saúde)
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